domingo, 16 de outubro de 2011

Quasar

Adoro quando encontro definições quase poéticas no dicionário:

quasar
qua.sar
sm (ingl quas(i st)ar, quase estrela) Cada uma de várias fontes de ondas de rádio, imensamente distantes, que em sua trajetória não podem ser distinguidas de uma estrela e emitem uma luz descomunalmente clara, azul e ultravioleta. Não foram ainda bem definidas, mas determinou-se que se movem com grande velocidade através do universo e emitem enormes quantidades de energia, o que permite descobri-las a distâncias muito maiores do que a de uma via-láctea comum. (MICHAELIS, c1998-2009, p. Web).


Representação artística de um quasar


Lá não deve ter TCC pra fazer... 


"O Pequeno Príncipe" - Ilustração Capítulo IX


Então tô indo...



REFERÊNCIA:

Dicionário Michaelis. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=quasar. Acesso em: 16 out. 2011.

Ilustração Quasar. Fonte: http://kosmofysis.com/pt/il-quasar-piu-vecchio-dell-universo.html

Ilustração "O Pequeno Príncipe" - Fonte: http://www.cirac.org/Principe/Ch9-pt.htm

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O campanário e a rosa dos ventos: entre a aldeia e o planeta

Fonte: Laudator Temporis Acti (link)

Estou lendo uma lista de seis livros para um processo de seleção, já comentei aqui e aqui sobre as leituras. Hoje, terminei mais um e então me permiti escrever esse post que quero escrever desde a metade do livro e não o fazia, pois tinha que ler, tinha que ler, tinha que ler... Na verdade, quero citar um trecho do livro que achei maravilhoso, até poético, apesar de o livro ser sobre o discurso das mídias. O capítulo "O espaço entre ubiquidade e proximidade" trata das informações reportadas pelas mídias em relação ao espaço geográfico, ou seja, alguns veículos priorizam os acontecimentos locais, outros os nacionais e outros ainda os internacionais. O autor comenta que isso ainda se deve verificar, mas que há uma idéia de que a proximidade geográfica é um fator de apreciação da importância de uma notícia. (CHARADEAU, 2007). Em seguida, o autor reflete sobre o dilema entre egocentrismo e desejo de ubiquidade, presente nos seres humanos:


Fonte: Map Arquive (link)

Essa questão do espaço revela, de maneira geral, o antagonismo que existe no ser humano, pois este se debate entre dois imaginários para modelar sua identidade: o da aldeia e o do planeta. A aldeia, símbolo da força de campanário conservadora, que lança raízes da identidade bem fundo na terra mãe, a terra dos ancestrais, da família, dos vizinhos, dos amigos, das relações íntimas; a aldeia que delimita o horizonte de vida, o campo de ação do homem, àquilo que lhe é mais próximo, em que ele pode tocar ou reconhecer imediatamente como familiar. O imaginário do planeta, símbolo do desejo de expansão, de expansão para outros horizontes, e que, inversamente à força do campanário, não deixa que as raízes cheguem a se firmar e faz com que o homem, como a rosa dos ventos, deixe-se levar através do espaço; o planeta que abre o horizonte de vida, o campo de ação do homem àquilo que é diferente, distante, exótico, que ele pode perseguir numa busca sem fim, vivendo permanentemente por procuração os mundos e os heróis que inventa para si. (CHARADEAU, P., 2007, p.136-137).

Com outro enfoque, é o mesmo que o Chico Buarque diz na música "Tanto amar":

[...] É na soma do seu olhar
Que eu vou me conhecer inteiro
Se nasci pra enfrentar o mar
Ou faroleiro [...]

É assim mesmo, a gente quer, mas  não quer; quer e não quer; quer, contudo, não quer... Enfim,

[...] Tem um olho sempre a boiar
E outro que agita

Tem um olho que não está
Meus olhares evita
E outro olho a me arregalar
Sua pepita

A metade do seu olhar
Está chamando pra luta, aflita
E metade quer madrugar
Na bodeguita [...]


Se pensarmos nos imaginários que os dois símbolos evocam, há um paradoxo, que não foi mencionado pelo autor, mas que ilustra bem esse antagonismo, unindo os dois imaginários em um único símbolo: alguns campanáios têm uma rosa dos ventos no alto.

[...] Ela pode rodopiar
E mudar de figura
A paloma do seu mirar
Virar miúra





REFERÊNCIAS

BUARQUE, Chico. Tanto amar. [S.L.]: Marola Edições Musicais Ltda.,1981. Disponível em: http://www.chicobuarque.com.br/letras/tantoama_81.htm. Acesso em: 12 set. 2011.


CHARAUDEAU, Patrick. O Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Concentração, por favor!

Fonte: Blog Mundo de Melany link

Pronto. Fazer o quê, vou escrever um post! Não consigo me concentrar na leitura de jeito nenhum... Tudo bem que a minha rua está um tumulto, passando muito mais carros do que o normal e até algumas linhas de ônibus, por causa dos desvios em função de obras aqui perto; tudo bem que estou em obras aqui em casa também, três pessoas trabalhando na cozinha e eu tentando ler aqui no quarto; tudo bem que estou no quarto ao invés de ficar no escritório (interditado pela obra), onde a cadeira é mais apropriada pra ler do que a aqui, na cama; tudo bem que agora de tarde está fazendo um calorão e que hoje de manhã estava fazendo muito frio e que, para quem tem alergia à troca de temperatura, isso é um problema; tudo bem que eu não almocei (sopa instantânea não pode ser considerada almoço!) e provavelmente não vou jantar, porque a cozinha vai continuar interditada por mais dois dias; tudo bem que por isso não posso sequer passar um café (esse talvez seja o pior de todos os problemas!), nem fazer um chá, nem um chimarrão; tudo bem que eu não consigo ver um e-mail e deixar pra responder outra hora, a caixa tem que estar lida e respondida; mas eu tinha, eu tenho, eu precisava muito, eu preciso muito, eu tenho que me concentrar, de algum modo, vou ter que descobrir um jeito, inventar uma maneira de me concentrar na leitura do quarto livro de uma lista de seis. Pode ser que exorcizando os demônios aqui no blog agora eu consiga, afinal de contas a gente tem blog pra quê!

Fonte: Blog CaDerno CooLinário link

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Museu do Café

Hoje conheci o site do Museu do Café e achei que um post sobre ele aqui no Café de Quinta não seria má idéia. O Museu fica na cidade de Santos, em São Paulo (Brasil), no Palácio do Café, que abrigava a Bolsa Oficial do Café:
Inaugurada em 1922 para centralizar, organizar e controlar as operações do mercado cafeeiro, na época a principal fonte de riqueza do país, a Bolsa Oficial de Café, em Santos, traduzia-se como arquitetura típica do ecletismo que caracterizou as mais importantes obras do período. (MUSEU DO CAFÉ, c2005, online).

Fonte: Site do Museu do Café

O prédio foi restaurado para sediar o Museu, cujo processo de musealização foi desenvolvido pela Profa. Maria Cristina de Oliveira Bruno, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. O objetivo é apresentar a memória do comércio de café que ocorreu na cidade de Santos. O Palácio abriga também uma livraria (dedicada à venda de livros sobre o universo do café, além de livros de arte), uma loja de souvenirs (camisetas, posters, bolsas) e, é claro, uma cafeteria, que serve mais de 450 cafés por dia. 

Fonte: Site do Museu do Café

Ainda possui um Centro de Informação e Documentação (CID), inaugurado em 2009, cuja base de dados pode ser pesquisada online (clique aqui).

Centro de Informação e Documentação
Fonte: Site do Museu do Café

Além de promover cursos de barista, disponibiliza um pequeno guia sobre os modos de preparo do café para cada ponto de moagem, disponível online: http://www.museudocafe.com.br/noticias/files/preparo_do_cafe.pdf.

Curso de Barista
Fonte: Site do Museu do Café

Prédio histórico, livros sobre café, centro de documentação, livros de arte, bolsas, posters e café... muitos cafés! Deve ser a filial do paraíso, não?

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Chop suey - ou "o mundo é uma salada russa"

Vou tentar escrever um post rápido: eu sempre levo horas e por isso nunca atualizo o blog! Mesmo assim, não consigo escrever direto aqui, sempre tenho que passar pelo editor de texto antes, enfim, manias... Hoje fiz “Chop Suey”, um prato da cozinha chinesa, mas que alguns dizem que não é da China coisa nenhuma e foi criado nos restaurantes de comida chinesa nos Estados Unidos, por imigrantes chineses. Não tenho fontes confiáveis, só dei uma olhadinha rápida em alguns sites (para uma quase bibliotecária, fontes confiáveis são imprescindíveis!), mas não importa, trata-se de um picadinho de legumes e carne, com molho shoyu.

Existem várias receitas diferentes, onde os ingredientes variam bastante, mas gostei da receita deste site: http://mundodesabores.com.br/receitas/chop-suey, então não vou repetir aqui. Essa receita é flexível, pode-se usar carne vermelha, frango ou camarão, e até mesmo todos juntos. No modo de preparar a cenoura foi esquecida, então refoguei junto com a ervilha, mas tanto faz, o importante é refogar os legumes separados pra que não cozinhem demais. Rende muito! Fiz a foto do molho, depois acrescentei massa espaguete, ficou ótimo, mas acabou a pilha da câmera e não tenho foto com a massa. Também pode ser servido com arroz.

Fonte: elaborado pela autora

Agora vou contar por que resolvi fazer essa receita. Estava estudando, lendo o livro “Por que estudar a mídia?”, do Roger Silverstone, Editora Loyola. Como ele faz várias referências a coisas e fatos ocorridos há algum tempo, costumo consultar o Google pra ter certeza do que ele está falando. No capítulo “Globo”, onde ele trata da globalização, falando da mistura de culturas ele menciona o chop suey. Achei que era uma comida, mas não lembrava qual e resolvi olhar: quem resiste a fotos de receitas? Eu não! Para o autor:
[...] As culturas híbridas que se formam tanto no centro como na periferia do sistema mundial, culturas ainda significativamente moldadas por políticas culturais nacionais, aparecem em todos os níveis. E nós, pois essas são nossas culturas, nos confrontamos com uma constante interação de identidade e diferença. Num minuto Diet Coke, no outro chop suey. (SILVERSTONE, 2005, p. 204-205).
No caso da minha janta foi realmente uma hibridização de culturas, pois a carne era a que tinha sobrado do churrasco do final de semana, sabe aquele pedaço que não assa muito bem e fica vermelho por dentro: vai picadinho pra panela. E não tomamos Diet Coke, mas vinho da Serra Gaúcha. Mais híbrido impossível! E pra terminar, uma salada russa: “O mundo”, composição do André Abujanra, com Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede.


Referência:
SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia? 2. ed. São Paulo: Loyola, 2005.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Agora o kitsch: kitsch a valer!

Estamos num período de reformas aqui em casa, vamos fechando a quinta semana de obras na cozinha, acho que será a última (Oxalá!). Parece que quanto menos coisas faltam para terminar, mais tempo leva... Enfim, uma hora terá que acabar! Depois que os pedreiros forem embora e tivermos a “reintegração de posse” da área, ainda temos que fazer a pintura, construir um balcão de pia e colocar um azulejinho em cima. Só então passaremos para a parte boa: comprar os móveis novos e decorar! Precisamos de um armário para louça e uma mesa maior e retangular (a atual é redonda).

Não gosto de móveis planejados e moderninhos, com cara de folheto de loja, nem daquelas cozinhas ultra clean, que tem que prestar atenção para identificar onde é o fogão, tudo “pasteurizado”, linhas retas... Maldita Bauhaus! – brincadeirinha, a escola alemã tem o seu valor, claro! Mas sou kitsch! “Kitsch a valer” como costumamos falar aqui em casa, misturando o “chic a valer” (do post anterior) com o kitsch, que é um termo em alemão para designar um certo “gosto duvidoso”. Existem muitas explicações para o “estilo”, mas o que o caracteriza, resumidamente, é o exagero e a inadequação, como por exemplo, gostar de coisas de outros tempos (ora, pois, então sou mesmo muito kitsch, adoro um móvel antigo, moro num apartamento antigo!). Ao mesmo tempo em que é associado ao mau gosto, também é associado à busca pelo conforto e pequenos prazeres domésticos e cotidianos (ora, quem não quer? Quem não quer ser kitsch sob este aspecto? “Que atire a primeira pedra”!). Enfim, duvidoso ou não, assim como a Adriana Calcanhoto, na música “Senhas”, “eu não gosto do bom gosto, eu não gosto de bom senso, eu não gosto dos bons modos, não gosto”...

Nosso passeio “recorrente” nos finais de semana é ir ao “Bric da Redenção” e à feira de antiguidades da Cidade Baixa, no sábado, para “garimpar” (os blogs e revistas de decoração usam esse termo para objetos encontrados em feiras de antiguidades, então, não podia deixar de usá-lo – mas prestem atenção no itálico, que representa a figura de linguagem ironia!). Temos até uma versão particular para a música “Lady Marmalade” da Christina Aguilera/Lil' Kim/Pink Fairies/Mya, na parte em que elas cantam “Gichie gichie ya ya da da (hey hey hey)”, nós cantamos “Kitsch kitsch ya ya da da (hey hey hey)”, sempre que voltamos para casa carregados de pratos “Colorex” ou de arandelas enferrujadas.


Voulez-vous coucher avec moi, ce soir (ce soir)
Voulez-vous coucher avec moi (ooh)
Come on, sister... todos temos um pouquinho do Moulain Rouge dentro de nós!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Areia de Bali

Não, este não é um post sobre as minhas paradisíacas férias de verão. “Areia de Bali” é o nome da cor escolhida para pintar a sala aqui de casa. Eu, que não conheço a Indonésia, precisando pintar as paredes, achei que um tom de cerâmica, bem claro, quase neutro, mas levemente rosado (veja bem, “rosado” é muito, muito, diferente de rosa), ficaria bem. Passo seguinte: examinar os catálogos de tintas para encontrar a que mais se parecesse com o imaginado. Encontrado: da “Coral Decora” – no catálogo era um areia, levemente rosado, era exatamente o que tinha pensado. Depois de processada a tinta na máquina, à primeira vista o tom já estava bem mais vivo que no catálogo, poderíamos chamar de salmão, mas a teoria é sempre de que a tinta “fecha” um pouco, depois de passada na parede, ou seja, fica mais “séria”. Não tendo um plano “B” – uma segunda opção de cor – e percebendo que o que se vê no catálogo não é exatamente o que se vê na lata (ou seja, se escolhêssemos outra cor, sabe-se lá no que não daria), vamos lá, testar na parede pra ver como fica. Em casa, olhando pra sala e pra tinta, cadê a coragem de passar na parede. Uma pincelada aqui outra ali, no meio da tinta existente (um areia normal, areia mesmo) a nova ficava cada vez mais rosa.

Bramstorm: misturar uma latinha de cinza para “quebrar” o rosa (será que vai adiantar?); misturar uma latinha de cerâmica, desse bem escuro que já tem pronto em qualquer ferragem, não precisa mandar fazer na máquina (mas talvez fique mais rosa ainda, pois tem vermelho na composição); misturar branco (vai dar rosa bebê); quem sabe o resto do “amarelo canário” do apartamento anterior, ficaria mais alaranjado (mas tem muito pouco); talvez uma lata de marrom (ficaria muito escuro?)... Decidimos pintar o corredor, que dá acesso da sala para os quartos e o banheiro, para ver como ficaria a cor em todas as paredes, pois no meio da tinta existente não dava pra ver direito. A cada demão ficava cada vez mais rosa, mas até que estava ficando bom! O mais estranho da cor é que a cada hora do dia ela é uma, às vezes salmão, às vezes o neutro que se vê no catálogo, e às vezes tão rosa que tínhamos a certeza de que não pintaríamos a sala com ela. Alguns dias até parar de estranhar a cor, mais algumas idas e vindas em cada uma das idéias do bramstorm, considerar que a sala é bem maior que o corredor e com os móveis, escuros, talvez não ficasse ruim. Coragem, até pra pintar a sala de rosa é preciso coragem!

Acabado o processo, estou gostando da cor! Não ficou tão neutro quanto a idéia inicial e nem tão vivo quanto os temores à primeira vista. A tinta não cobria muito bem, pois preferimos tinta fosca, que esconde melhor os defeitos da alvenaria. Como a tinta existente era acetinada, mesmo lixando, foi mais difícil de cobrir, foram necessárias três demãos pra acabar com as manchas. Costumo dizer que a tinta de baixo fica “tentando aparecer”, é como um fantasma querendo trazer as vibrações dos antigos moradores do lugar, por isso, cuidado com as manchas, é preciso cobrir tudo!

A foto, claro, não é fiel à realidade, aliás, nem a realidade é fiel, a cada ângulo um tom, a cada hora do dia um matiz diferente.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Chic a valer

Há um tempão que não faço um postzinho pra esse blog abandonado... Mas, voilà, o primeiro post do ano! (Aproveitando: um super 2011 pra todo mundo!) Tenho alguns posts pela metade, mas a correria da faculdade no final do semestre passado não me deixou tempo de atualizar o blog. E agora que estou de férias, parece que a cabeça fica tão vazia que também não é possível concluir nada... Hoje de tarde, porém, recebi uma carta de uma prima que mora longe, longe, e adorei! Sim, uma carta, escrita à mão, em papel pautado, próprio para cartas, caligrafia perfeita, linda! Chic a valer!

A expressão que dá nome ao post é usada na obra “Os Maias” (1888), do escritor português Eça de Queirós (1845 – 1900), que já caiu em domínio público e pode ser lida aqui. Há também uma minissérie, adaptação feita por Maria Adelaide Amaral, que junta “Os Maias” com “A Relíquia”, do mesmo autor (tem no YouTube). A obra retrata os costumes da sociedade de Lisboa da época, contando a história de três gerações da família Maia: o avô, Afonso da Maia, o pai, Pedro da Maia e o filho, Carlos Eduardo da Maia (Le Docteur ou Doctor Maia). O livro é imenso, mas ainda maior é o prazer de ler, é ótimo: recomendado, recomendadíssimo (o superlativo também era bastante usado à época, como poderá observar quem se dispuser a ler, especialmente pelo personagem João da Ega, de longe o meu preferido)! Outro personagem ótimo e hilário é o Dâmaso Salcede, ele é quem mais usa o “chic a valer”, pois é essa sua maior preocupação.

Pensei imediatamente na expressão quando li a carta porque receber cartas agora é coisa inusitada, motivo de felicidade, um luxo, “chic a valer”, é sim, é para poucos: quem lembra da última vez que recebeu uma carta? Eu lembro, antes da de hoje, claro, foi um cartão de Natal, enviado por uma tia (qualquer semelhança não é mera coincidência, pois é a mãe da prima que enviou a carta!). E agora o supra sumo do chic: sabendo que gosto de fazer bolos, além das belíssimas duas páginas manuscritas, a moça me envia uma receita de Muffins de Banana, numa ficha própria para receitas, que compartilho aqui (o modo de fazer veio no verso, que está assinado e não vou escanear, quando testar a receita publico em outro post):


Très chic!!!