quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Veludos severos




[...] vi uma menina fugir de casa [...] levando consigo, para toda a vida, o leve e o ilimitado que resistiam aos veludos severos de seu lar [...]. (RAMIL, 2008, p. 245, grifo nosso).



REFERÊNCIA

RAMIL, Vitor. Satolep. São Paulo: Cosac Naify, 2008. 288p., 28 ils.

sábado, 21 de agosto de 2010

The Logical Song



Encontrei esse vídeo do Supertramp, que é uma banda britânica, dos anos 70/80, de rock progressivo. A música é daquelas que todo mundo já ouviu alguma vez, num passado longínquo. Essa versão é acompanhada de orquestra. Fui dar uma olhada na letra e achei bem legal (letra e tradução aqui).

Fala da infância, paraíso perdido, onde os pássaros cantavam e brincavam, porém, logo o expulsaram, para lhe mostrar o mundo real e lhe ensinar a ser “sensato”:

Logical, oh responsible, practical

Oh clinical, oh intellectual, cynical

Mas, é quando todo mundo dorme que as questões seguem profundas demais...
E mesmo sabendo que é absurdo, ele pede pra que lhe digam quem ele é:

But please tell me who I am

E adverte para que tomem cuidado ao responder, pois poderão ser chamados de:

A liberal, oh fanatical, criminal

Para que isso não aconteça, é preciso “assinar o nome”, para que sejamos:

Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable


A poesia sintetiza (lindamente, na maioria das vezes) as grandes questões humanas, e pra que isso seja possível, em poucos versos, é quase que inevitável ir ao extremo. Adoro a música e os versos, mas, na prática, nem tanto, nem tão pouco: nem a infância é tão paraíso assim e nem precisamos ser um vegetal depois de crescidinhos. Acho que a arte serve pra provocar, pra bagunçar um pouquinho a lógica do mundo sensato (mencionada na canção), serve como um alerta: cuidemos pra não sairmos por aí rotulando o mundo e as pessoas, e principalmente nós mesmos! Não precisamos ser o que o mundo espera que sejamos (ou o que a gente acha que o mundo espera!) – dá sempre pra ouvir a alegria dos pássaros cantando, mesmo depois de nos tornarmos abstêmios da mamadeira!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Três receitas de peixes


Como fazemos todo final de ano, passamos o réveillon em Pelotas, com a família. Ainda bem que tinha uma festinha salvadora, a famosa (em Pelotas, pelo menos por enquanto) festa da Helô, pra ir, depois dos brindes, salgadinhos e abraços. Apesar de eu ter passado mal na volta da festa e no dia seguinte (excessos alimentares e etílicos típicos de festas de final de ano), foi bem legal! No dia dois, fomos até a Barra, na cidade de Rio Grande, onde o meu marido, quando criança, costumava passar uns dias nas férias de verão, e onde agora os meus sogros compraram uma casinha que estavam reformando: fomos então conhecer a casa. Os meus ânimos não eram dos melhores, já que ainda não tinha me recuperado totalmente do dia anterior, por isso (e também por que a pilha recarregável da máquina fotográfica tava estragada!) nem tenho fotos da casa, que ainda não estava pronta. Voltamos logo em seguida do almoço. Mas antes de voltarmos, meu marido não podia deixar de passar no galpão dos pescadores pra levar uns peixinhos, que ele adora, sendo de lá, então, melhor ainda! Não tinha muita coisa, mas conversando com o pescador ele conseguiu levar uma anchova inteira, um filé gigante de anjo e um pedaço de cação, que era um bicho enorme! Ainda levou uma tainha pra deixar de presente pro meu irmão, em Pelotas, que ficou lá congelada no freezer, espero que ele tenha feito bom proveito e dado a ela um destino digno: uma boa receita!

Quanto aos nossos, trouxemos pra Porto Alegre em bolsas térmicas, chegaram bem, todos ainda congelados. Aqui em casa, até então, normalmente quem preparava peixes era o meu marido, eu não tinha muita habilidade. Mas como ele estava atarefadíssimo estudando pra concurso todas as noites e todos os finais de semana, além de trabalhar todos os dias, resolvi colocar a mão na massa.

Escolhi primeiro a anchova, que é um peixe ótimo pra assar na grelha, pois é bem gordinho e saboroso, fazíamos isso na praia. Mas aqui, antes de ter a churrasqueira pronta, ainda temos que encarar umas reformas, então tinha que ser no forno mesmo. Fui pesquisar umas receitas na Internet e encontrei um vídeo da sexta-feira santa do ano passado falando das ofertas dos peixes e tal e uma culinarista ensinando a preparar uma tainha assada recheada com farofa. Achei muito bom o vídeo, pois mostra todos os passos, inclusive como costurar o bicho depois de rechear. A tainha e a anchova são peixes que se assemelham, pois ambas tem a tal gordurinha boa pra assar. Resolvi experimentar e ficou uma delícia. É claro que antes eu chamei o meu peixeiro particular pra limpar a anchova e “cortar pelo dorso”, que fica melhor pra rechear. Detalhe: não tinha barbante em casa e tive que fechar com linha de costura, é péssimo porque a linha arrebenta toda hora e tem que emendar, é muito mais complicado, comprem um rolinho de barbante antes de testar a receita!

Esse é o vídeo, mas a receita é só aos 2:55 min:

A segunda vítima foi o cação. Não tava a fim de forno e também não tenho coragem suficiente pra fritar peixe, porque faz muita sujeira (adoro, mas aqui em casa é sempre o Vagner que frita), então fui pesquisar de novo na Internet, mais receitas. Encontrei uma de peixe cozido com manga que achei ótima, mas a manga que eu tinha era muito pequena e tava ainda bem verde. O Vagner achou uma de peixe com mandioquinha, é claro que não tínhamos mandioquinha em casa, mas a batata serve pra quê? Pra compensar o colorido, coloquei um pouquinho de açafrão e pra compensar a consistência (imagino que com a mandioquinha tivesse ficado mais espesso o caldo) uma colher da velha amiga Maizena. Também deu certo! E a manga foi parar na salada de alface!

Por último ficou o filé de anjo, na esperança que o Vagner fizesse uma fritada (o anjo é o meu preferido fritinho). Mas que nada, os estudos em primeiro lugar! Tive eu mesma que dar um fim pro filezão! Depois da tradicional pesquisa na Internet, encontrei uma receita de peixe assado com creme. Não tinha cogumelos em casa, mas substitui por uma latinha de ervilha. Escolhi essa receita porque o peixe vai pro forno coberto com o creme, então não tem perigo de ficar seco, pois o anjo não é como a anchova, não tem a tal da gordurinha. Fritinho ele é the best, mas no forno tem que tomar cuidado. Com o creme por cima ficou tudo de bom! O creme ficou saboroso, e o peixe suculento! Essa eu vou repetir com certeza, porque além de tudo é super fácil e rápida! Aliás, vou repetir todas, porque peixe é uma delícia e ainda faz bem! Das três, não sei qual a melhor, estão todas aprovadíssimas!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Volta às aulas


O semestre começou com tratamento de choque: aula de manhã, de tarde e de noite, frango salgado e feijão queimado no R.U., além do café requentado do bar da FABICO! (Tenho sérias dúvidas em relação ao que será que é misturado àquele pó de café... Acho melhor nem saber!). O lado bom: rever os colegas, apesar de muitos irem ficando perdidos nos semestres anteriores...

Enfim, sobrevivi aos dois primeiros dias, agora é tomar fôlego e começar a gincana! Já temos, é claro, a primeira tarefa para a semana que vem. Mas, como vi escrito numa camiseta hoje de manhã: “La vie est belle” – acreditemos, portanto!