Encontrei esse vídeo do Supertramp, que é uma banda britânica, dos anos 70/80, de rock progressivo. A música é daquelas que todo mundo já ouviu alguma vez, num passado longínquo. Essa versão é acompanhada de orquestra. Fui dar uma olhada na letra e achei bem legal (letra e tradução aqui).
Fala da infância, paraíso perdido, onde os pássaros cantavam e brincavam, porém, logo o expulsaram, para lhe mostrar o mundo real e lhe ensinar a ser “sensato”:
Logical, oh responsible, practical
Oh clinical, oh intellectual, cynical
Mas, é quando todo mundo dorme que as questões seguem profundas demais...
E mesmo sabendo que é absurdo, ele pede pra que lhe digam quem ele é:
But please tell me who I am
E adverte para que tomem cuidado ao responder, pois poderão ser chamados de:
A liberal, oh fanatical, criminal
Para que isso não aconteça, é preciso “assinar o nome”, para que sejamos:
Acceptable, respectable, oh presentable, a vegetable
A poesia sintetiza (lindamente, na maioria das vezes) as grandes questões humanas, e pra que isso seja possível, em poucos versos, é quase que inevitável ir ao extremo. Adoro a música e os versos, mas, na prática, nem tanto, nem tão pouco: nem a infância é tão paraíso assim e nem precisamos ser um vegetal depois de crescidinhos. Acho que a arte serve pra provocar, pra bagunçar um pouquinho a lógica do mundo sensato (mencionada na canção), serve como um alerta: cuidemos pra não sairmos por aí rotulando o mundo e as pessoas, e principalmente nós mesmos! Não precisamos ser o que o mundo espera que sejamos (ou o que a gente acha que o mundo espera!) – dá sempre pra ouvir a alegria dos pássaros cantando, mesmo depois de nos tornarmos abstêmios da mamadeira!
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