quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Areia de Bali

Não, este não é um post sobre as minhas paradisíacas férias de verão. “Areia de Bali” é o nome da cor escolhida para pintar a sala aqui de casa. Eu, que não conheço a Indonésia, precisando pintar as paredes, achei que um tom de cerâmica, bem claro, quase neutro, mas levemente rosado (veja bem, “rosado” é muito, muito, diferente de rosa), ficaria bem. Passo seguinte: examinar os catálogos de tintas para encontrar a que mais se parecesse com o imaginado. Encontrado: da “Coral Decora” – no catálogo era um areia, levemente rosado, era exatamente o que tinha pensado. Depois de processada a tinta na máquina, à primeira vista o tom já estava bem mais vivo que no catálogo, poderíamos chamar de salmão, mas a teoria é sempre de que a tinta “fecha” um pouco, depois de passada na parede, ou seja, fica mais “séria”. Não tendo um plano “B” – uma segunda opção de cor – e percebendo que o que se vê no catálogo não é exatamente o que se vê na lata (ou seja, se escolhêssemos outra cor, sabe-se lá no que não daria), vamos lá, testar na parede pra ver como fica. Em casa, olhando pra sala e pra tinta, cadê a coragem de passar na parede. Uma pincelada aqui outra ali, no meio da tinta existente (um areia normal, areia mesmo) a nova ficava cada vez mais rosa.

Bramstorm: misturar uma latinha de cinza para “quebrar” o rosa (será que vai adiantar?); misturar uma latinha de cerâmica, desse bem escuro que já tem pronto em qualquer ferragem, não precisa mandar fazer na máquina (mas talvez fique mais rosa ainda, pois tem vermelho na composição); misturar branco (vai dar rosa bebê); quem sabe o resto do “amarelo canário” do apartamento anterior, ficaria mais alaranjado (mas tem muito pouco); talvez uma lata de marrom (ficaria muito escuro?)... Decidimos pintar o corredor, que dá acesso da sala para os quartos e o banheiro, para ver como ficaria a cor em todas as paredes, pois no meio da tinta existente não dava pra ver direito. A cada demão ficava cada vez mais rosa, mas até que estava ficando bom! O mais estranho da cor é que a cada hora do dia ela é uma, às vezes salmão, às vezes o neutro que se vê no catálogo, e às vezes tão rosa que tínhamos a certeza de que não pintaríamos a sala com ela. Alguns dias até parar de estranhar a cor, mais algumas idas e vindas em cada uma das idéias do bramstorm, considerar que a sala é bem maior que o corredor e com os móveis, escuros, talvez não ficasse ruim. Coragem, até pra pintar a sala de rosa é preciso coragem!

Acabado o processo, estou gostando da cor! Não ficou tão neutro quanto a idéia inicial e nem tão vivo quanto os temores à primeira vista. A tinta não cobria muito bem, pois preferimos tinta fosca, que esconde melhor os defeitos da alvenaria. Como a tinta existente era acetinada, mesmo lixando, foi mais difícil de cobrir, foram necessárias três demãos pra acabar com as manchas. Costumo dizer que a tinta de baixo fica “tentando aparecer”, é como um fantasma querendo trazer as vibrações dos antigos moradores do lugar, por isso, cuidado com as manchas, é preciso cobrir tudo!

A foto, claro, não é fiel à realidade, aliás, nem a realidade é fiel, a cada ângulo um tom, a cada hora do dia um matiz diferente.


Um comentário:

  1. Adorei, adorei, adorei!
    Ao ler teu post me transportei para o apartamento de vcs e senti toda a angustia da possibilidade de ter uma sala rosa, esperei para ver como a cor ia ficar, descobri as diferentes tonalidades...
    Foi muito bom viajar um pouquinho nas variacoes das "Areias de Bali".
    Beijos enormes!
    Ila

    ResponderExcluir