quinta-feira, 17 de março de 2011

Agora o kitsch: kitsch a valer!

Estamos num período de reformas aqui em casa, vamos fechando a quinta semana de obras na cozinha, acho que será a última (Oxalá!). Parece que quanto menos coisas faltam para terminar, mais tempo leva... Enfim, uma hora terá que acabar! Depois que os pedreiros forem embora e tivermos a “reintegração de posse” da área, ainda temos que fazer a pintura, construir um balcão de pia e colocar um azulejinho em cima. Só então passaremos para a parte boa: comprar os móveis novos e decorar! Precisamos de um armário para louça e uma mesa maior e retangular (a atual é redonda).

Não gosto de móveis planejados e moderninhos, com cara de folheto de loja, nem daquelas cozinhas ultra clean, que tem que prestar atenção para identificar onde é o fogão, tudo “pasteurizado”, linhas retas... Maldita Bauhaus! – brincadeirinha, a escola alemã tem o seu valor, claro! Mas sou kitsch! “Kitsch a valer” como costumamos falar aqui em casa, misturando o “chic a valer” (do post anterior) com o kitsch, que é um termo em alemão para designar um certo “gosto duvidoso”. Existem muitas explicações para o “estilo”, mas o que o caracteriza, resumidamente, é o exagero e a inadequação, como por exemplo, gostar de coisas de outros tempos (ora, pois, então sou mesmo muito kitsch, adoro um móvel antigo, moro num apartamento antigo!). Ao mesmo tempo em que é associado ao mau gosto, também é associado à busca pelo conforto e pequenos prazeres domésticos e cotidianos (ora, quem não quer? Quem não quer ser kitsch sob este aspecto? “Que atire a primeira pedra”!). Enfim, duvidoso ou não, assim como a Adriana Calcanhoto, na música “Senhas”, “eu não gosto do bom gosto, eu não gosto de bom senso, eu não gosto dos bons modos, não gosto”...

Nosso passeio “recorrente” nos finais de semana é ir ao “Bric da Redenção” e à feira de antiguidades da Cidade Baixa, no sábado, para “garimpar” (os blogs e revistas de decoração usam esse termo para objetos encontrados em feiras de antiguidades, então, não podia deixar de usá-lo – mas prestem atenção no itálico, que representa a figura de linguagem ironia!). Temos até uma versão particular para a música “Lady Marmalade” da Christina Aguilera/Lil' Kim/Pink Fairies/Mya, na parte em que elas cantam “Gichie gichie ya ya da da (hey hey hey)”, nós cantamos “Kitsch kitsch ya ya da da (hey hey hey)”, sempre que voltamos para casa carregados de pratos “Colorex” ou de arandelas enferrujadas.


Voulez-vous coucher avec moi, ce soir (ce soir)
Voulez-vous coucher avec moi (ooh)
Come on, sister... todos temos um pouquinho do Moulain Rouge dentro de nós!

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